quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Que estação era aquela...


imagem/estudo/desenho 7aa
Lilianreinhardt



(Memoriais de Sofia/Zocha)


Na brancura da tela os tons da invisibilidade da anatomia daquele rosto austero a contemplava. Fora da moldura aquela pequena varanda recoberta de cheiros de cio das rosinhas, heras circunavegavam o remoinho da dança das abelhas. A sombra liquefeita de um corpo tremeluzia no poço de boca larga lá na esquina do tempo remoído guardado na gaveta. Varandas e poços, que interstício de simulacros sob o olhar longínquo daquela casa. Ambos então puseram-se a conversar, um diálogo de ritmos que iam e vinham. O vento revoava ....Que estação era aquela? Olhou em derredor e o verde salpicava das árvores desmanchando-se pelas sombras do chão em escrutínios de complementares em múltiplos tons avermelhados, violetados...Como ainda permanecera incólume entre as arquiteturas modernas que se erguiam a seu lado? Ela argüia para si muitas perguntas, sem respostas. Aquela alameda havia se desconfigurado desde o inicio, de antiga viela lentamente as construções cediam aos especuladores e aos empreendimentos imobiliários. Imensos edifícios de concreto emergiam ao espaço, e ela ali permanecera resguardada...
Faria alguns traços em carvão buscando um rápido esboço ...mas, a continua inquietação da tela levitava o esboço. Uma imensa clareira e repentinamente ela não mais se encontrava ali....

Um comentário:

Madalena Barranco disse...

Lembranças são como indeléveis tijolos na cosntrução de uma pessoa, ou, de uma casa que permanece nas palavras co coração... Amei!!

Beijos à querida Lilian
Madá