domingo, 17 de abril de 2011

LUMENS/fragmentos



(Memoriais de Sofia/Zocha)


Um vozeirio aturde os ouvidos. É hora do intervalo da próxima aula. Vejo-o numa redoma só minha. O tempo guardado, seus cabelos dourados, a calça jeans e o paletó de couro marrom, o olhar encravado nos meus. Guardo-te fora da fotografia que nenhuma ficou, mas, na pintura cinzelada daquele alforge de notas. Vou me embora pra Pasárgada e te levo comigo. Com certeza nos teus braços numa infinda volta daquela roda gigante. Olha-me de fundo tão distante que as distancias me chegam em remoinhos. Um copo de leite e um sanduíche de queijo e um beijo perdido. - Como está voce? Por onde esteve? - Onde andou? E as labaredas do inferno de Dante do outro lado espiralavam os olhos. Uma tremedeira da cabeça aos pés e a cerca de ripas fora construída já há um milhão de anos. Enquanto caem as floradas das pereiras e sucumbem os olhos diante das bocas de leão - é proibido sonhar! Sola de sapato de pneu para enfrentar a lamacenta rua Goiás e esconder que ainda haviam perfumes nunca cheirados, com voce guardado...




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